terça-feira, abril 25, 2006

2006


xxx. (01 jan - 19 abr) six feet under: temporada 1, os primeiros cinco da segunda e o primeiro e o último eps da t.4; gilmore girls: revisão dos episódios vespertinos e prosseguimento da t. 6; curb your enthusiasm: t.5 desde o início; the wire: os dois últimos da t. 1 e a partir do segundo ep. da t. 2; eps. avulsos de 24 horas e veronica mars.

001. (20 abr) gilmore girls, 6.16: bridesmaids revisited (rebecca rand kirshner, 2006) ***1/2

002. (20 abr) /gilmore girls, 6.16: bridesmaids revisited/ (rebecca rand kirshner, 2006) ***1/2

003. (21 abr) the wire, 2.3: hot shots (david simon & edward burns, 2003) ****

004. (21 abr) /six feet under, 5.1: a coat of white primer/ (kate robin, 2005) ***1/2

005. (22 abr)
curb your enthusiasm, 5.1: the larry david sandwich (larry david, 2005) ***1/2

006. (22 abr) curb your enthusiasm, 5.2: the bowtie (larry david, 2005) ****

007. (22 abr) /gilmore girls, 6.14: you've been gilmored/ (jordon nardino, 2006) ***1/2

008. (22 abr) /gilmore girls, 2.6: nick & nora/sid & nancy/ (amy-sherman palladino, 2001) ****

009. (23 abr) extras, 1.1 (rick gervais & stephen merchant, 2005) ***

010. (23 abr) six feet under, 5.2: dancing for me (scott buck, 2005) ***1/2

011. (24 abr) 24 horas, 5.? (?, 2005) ***

012. (25 abr) /gilmore girls, 4.22: raincoats and recipes/ [final de temporada] (amy-sherman palladino, 2004) *****

013. (25 abr) extras, 1.2 (rick gervais & stephen merchant, 2005) ***1/2

014. (25 abr) curb your enthusiasm, 5.9: the korean bookie (larry david, 2005) ****1/2

Totalmente orgásmico; é o tipo de leveza sábia que falta nesses curtas universitários se-veja-na-tela, pedaço-da-vida. A palavra-chave da série é imediatismo (i.e. dinamismo) e a maravilha é a aparente contradição que existe entre o tal imediatismo e a encenação improvisada com aquelas conversas sempre resvalando para interjeições desconfortavelmente looongas e vários conectivos soltos (p. ex.: "e... e... ahn? nossa!"). Essa contradição é desfeita com a impressionante agilidade impressa no processo de-a-para-b-para-a-novamente-para-etc permitindo que Larry David abra parênteses em situações tão pé-no-chão banais, dificilmente merecedoras dum rodapé-de-página, e dentro deles abra colchetes e chegamos a um ponto em que as pequenas recorrências que ele faz a situações que ocorreram minutos antes ficam nubladas e quase imperceptíveis: o esquema remonta essas linhas de produção em que uma pequena ação desencadeia consequências inimagináveis para a escala discreta do pontapé inicial.

Apesar de toda disfuncionalidade reinante, muito mais que funcionar como detecte-os-erros-desse-quadro, CYE fica no campo minado do detecte-a-ironia-resultante-frente-a-ironia-das-cenas-anteriores e David só sai ileso daí porque confere a esses instantes de guarda baixa uma naturalidade quase vexatória de tão fluente. Em relação a possíveis críticas abordando a esperteza sisuda do protag. se comparada a de seus colegas de cena, os quais realmente parecem sempre estar um passo atrás, eu posso responder recorrendo à generosidade que corre naquele método de improvisação criativa, o qual só pode gerar um trabalho de igual-para-igual, i.e.: inquisidor e inquirido são feitos de bobos da mesma forma justamente por participarem/atuarem de/em discussões tolas e bolá-las durante o por-trás-das-câmeras. Fora que sendo Larry David o protag. e sendo o protagonista a força gravitacional do seriado auto-absorvido é perfeitamente compreensível que ele seja a pessoa a deduzir, a desconfiar dos outros e como na maior parte das vezes ele falha miseravelmente, os outros são nivelados positivamente pela reticência. E logicamente tem sempre aquela cena final congelada que fecha chaves, colchetes, parênteses e qualquer outro ponto solto aberto com a propriedade totalizante de um episódio-de-final-de-temporada. A diferença é que não estamos num episódio de final de temporada. Próximo!


015. (27 abr) /gilmore girls, 5.2: a messenger, nothing more/ (daniel palladino, 2004) ****1/2

Veja só as coisas: a troca de diálogos entre lorelai e o transeunte com a qual ela dá uma topada e o faz soltar os tantos balões que ele segurava é bastante desajeitada, veloz demais para algo que deveria envolver mais contorcionismo e pantomina constrangida. pronto, essa era minha crítica #1, mas daí rory vai travar contato com dean e este diz algo apropriado mas um tantinho bobo como "eu me sinto muito idiota nesse momento" daí essa era minha crítica #2, daí a menina fica triste e vê os tais balões desabalados cruzando o céu, daí eu extinguo tanto a crítica #1 quanto a crítica #2, já que aquilo tudo foi cronometradamente proposital, o que me leva a crítica #3 (ou melhor: crítica #1): daniel palladino é meu herói pessoal então ele não concluiria um episódio sob seu crivo com esse tipo de interferência toque-de-um-anjo, chuva-de-sapos fácil e preguiçosa. daí, crítica #1 evapora porque mãe e filha seguem para casa e assistem um filme que ao que tudo indica é de james ivory, relembrando os instantes da menina na europa com a avó e as duas fazem comentários apetitosos e o fade vem bem devagar interrompendo-as. estão vendo? não dá pra discutir com GG. ou melhor, que dá dá, mas você vai perder invariavelmente.

016. (27 abr) gilmore girls, 6.17: i'm ok, you're ok (keith eisner, 2006) ***
o título diz tudo: "eu tô bem, você tá bem" e bem-vindo ao mundo da intimidade preservada (i.e. da bomba-relógio). o fato é, rory se convence a voltar para logan (meu deus, que série de maricas!) muito rápido. cadê a menina que processa tudo antecipadamente e faz listas de prós e contras? até porque os argumentos que ele usa são os mesmos do episódio passado (incl. flashback de FRIENDS: "we were on a break!") então ninguém inventou a roda e os redatores de GG provam que é extremamente delicado lidar com esse tipo de complicação de namoricos sem prejudicar a linha de encantamento da série: é dificílimo jogar com essas peças fora do tabuleiro já amarelado, com casas memorizadas e cartas marcadas. mas, como suspeitava, essa repentina virada dela nada mais é que atitudes que tomamos para preservar uma pessoa do nosso lado até que voltemos a confiar nela já que sabemos que se a mantivermos longe dificilmente o contato será refeito. no entanto, é evidente que isso não é só uma experiência de campo, a coisa se assemelha muito mais a uma pequena vingança, abafando descontentamentos com um marasmo que já denota que algo não vai bem, ou melhor, que não vai como antes ia) e logan fica desesperado com a possibilidade ela-voltou-mas-ela-não-Voltou, não só literalmente (com ela abandonando o apartamento por dias sem comunicá-lo) mas também com a pulga atrás da orelha, instalada ao obter pequenos vislumbres de que bancar o don juan e reconquistar a menina com flores e bombons é fato já provado como bem-sucedido (vide episódio 6.13), mas dará certo de novo? (fora que o oba-oba sentimental do planejamento de ações objetivando deixar a outra pessoa positivamente assombrada não se adapta muito bem no convívio cotidiano, já que os dois moram juntos). o lenga-lenga de luke/lorelai é dramaticamente interessante, p. ex., no último ep. ela cuidou da filha de chris, pai da rory, e ela é incapaz de ver que isso não é muito diferente da paternidade quero-me-achar de luke com april. eu até penso que esse ep. anterior serviu primordialmente para abafar sua ânsia frenética de participação na vida do noivo. essas são duas pessoas que construíram uma vida (e eu me orgulho de ter visto desde o empreiteiro erguendo paredes até o último quadro pregado na parede) e não conseguem colocá-las na mesma frequência: GG nos comunica que nesses pactos que celebramos com tanta regularidade estão previstos rígidos termos obrigacionais e que as pessoas crescem e se separam das outras inadvertidamente. mas eu talvez perca minha paciência se as coisas que sempre foram tratadas com um sentimento nocauteante de compromisso e adesão na série continuarem em banho-maria, afinal tem muito território para ser explorado nesse descompasso que não se baseie unicamente no fato de luke ter uma filha e que mesmo isso sendo correspondido pela parte de lorelai (i.e. ela também tem uma filha) as coisas não se anulam tão facilmente (todos os "eu tô bem" e os "eu também tô" desse ep. são pronunciados com um ovo na garganta). o que ainda segura as pontas é a contrução de lorelai como uma Entidade tão orgânica desde a temporada 1, tanto é que pode-se perceber que sua inquietação não é um mero chilique pelo pirulito du jour (embora o "3 horas e 14 mins nunca passaram tão rápido" dela para os pais foi estúpido) e que aquela mulher tem o direito de passar trocentos episódios martelando na mesma reticência prestes a estourar. mas isso precisa estourar urgentemente para oxigenar esse final levemente decepcionante de temporada. nota: qualquer cena com zack e matriarca kim é a prova cabal necessitada pelas pessoas que insistem em rotular a série como "bobinha".

017. (28 abr) gilmore girls, 6.19: i get a sidekick out of you (amy-sherman palladino, 2006) ****

018. (28 abr) gilmore girls, 6.20: super cool party people (david s. rosenthal, 2006) **** 

019. (29 abr) the wire, 2.4: hard cases (david simon & joy lusco kecken, 2003) ****

020. (29 abr) gilmore girls, 1.8: love & war & snow (joan binder weiss, 2001) ****1/2

021. (29 abr) gilmore girls, 1.9: forgiveness and stuff (john stephens, 2001) ****1/2 (abatidos os dois últimos que faltavam.)

022. (29 abr) arrested development, 1.1: pilot (mitchel hurwitz, 2003) ***
o ritmo é screwball cafeinado e sempre parece haver uma bola rolando/rodando/girando em algum canto do quadro: a coisa funciona como uma bomba-relógio com várias equipes especializadas para desativá-la enquanto a lei de murphy age naquele espaço. é uma zorra criativa, atenta com seus personagens, assim como atenta contra qualquer tentativa de sossegar os hormônios e acalmar um pouco essa ânsia de episódio-piloto. as caracterizações são bem uma-nota (ex: a narração menciona o grau de parentesco do aparente protag. com o resto da família enquanto as legendas que surgem no momento em que aquelas caras são congeladas lidam com as profissões ou melhor ocupações da trupe; i.e. tentativa de estabelecer uma teia socio-econômica às pressas porque esse ep. trata da passagem dos negócios para um dos familiares do empresário aposentado) e as coisas são coladas com um desajeito adolescente (esse tipo de ih! desaparece-aqui-aparece-acolá com a pata da raposa que some da pele da madame e vai parar na banana congelada da neta dela. ahn?) e francamente metade das piadas são ha---ha, teoricamente engraçadas.
ainda assim esse ep. inaugural tem tatuado grande debut cena a cena; é difícil reclamar quando você analisa exatamente que essa série está propondo uma disfuncionalidade patológica que será comprimida numa casa que é a epifania da idealização, um modelo de engenharia/arquitetura planejada para o cidadão-médio (detalhe genial: ela é aberta para visitas de possíveis interessados, i.e. o "olho público", i.e. eu e você) ou pelo menos para pai e filho que viviam no porão, único local verdadeiramente privado ali que, ironicamente, é colocado a prova quando a irmã do protag. vai lá e abraça o sobrinho apelando para responsabilidades familiares enquanto deveria estar fazendo o inventário do local. então, o que sobra para essas pessoas se agarrarem? o confronto entre as próprias para que depois finalmente saiam do casulo, começando a utilizar mais e mais o trabalho dos figurantes (porque eu nunca vi uma série tão concentrada - cf. limitada - nos personagens que apresenta, sem se deter em nenhum outro)? exato, e palmas para o criador que conseguiu tirar qualquer traço de bom-senso e sutileza ("love will keep us together" na trilha etc.) de tanta absorção egocêntrica e conferir uma leveza impressionante ao que poderia se assemelhar a algo tapado como o filme LOUCURAS DE DICK & JANE em matéria de grandes escândalos corporativos. melhor coisa: menino culpado por agarrar a prima logo depois de declarar que o café da manhã é que vem antes de tudo (o pai retruca "é a família!" e o menino "ah, pensei que você estava falando de comida."), que é obviamente um retrato lúcido e emocionante de um pequeno robozinho com noções de alimentação balanceada indo para uma mini-relação consanguínea de uma hora para outra. as coisas acontecem assim aqui também, sr. hurwitz.

023. (30 abr) /gilmore girls: 5.1: say goodbye to daisy miller/ (amy-sherman palladino, 2004) ***** 

024. (30 abr) /gilmore girls: 2.13: a-tisket, a-tasket/ (amy-sherman palladino, 2002) ****1/2

025. (30 abr) larry david: curb your enthuasiasm [piloto] (robert b. weide, 1999) ****1/2

026. (30 abr) curb your enthusiasm, 1.1: the pants tent (robert b. weide, 2000) ****

027. (30 abr) curb your enthusiasm, 1.2: ted and mary (david steinberg, 2000) **** ("i'm not your shoe-whore")

028. (30 abr) curb your enthusiasm, 5.10: the end [final de temporada] (larry charles, 2005) ***1/2

029. (30 abr) six feet under, 5.3: hold my hand (nancy oliver, 2005) ***1/2

030. (30 abr) arrested development, 1.2: top banana (mitchell hurwitz & john levenstein, 2003) ***1/2

031. (30 abr) extras, 1.3 (rick gervais & stephen merchant, 2005) ****
[eu sei, eu sei, eu preciso adotar o famigerado Rigor, as coisas aqui parecem acampamento de férias, você é tão compreensivo com seriados e esse yin é compensado pelo yang da avaliação complicada, ferrenha dos filmes que você vê, qual é o seu problema etc.]


032. (01 mai) /gilmore girls, 5.4: tippecanoe and taylor, too/ (bill prady, 2004) ****
033. (01 mai) 24 horas, 5.? (?, 2005) ***1/2
034. (01 mai) gilmore girls, 4.21: last week fights, this week tights/ (daniel palladino, 2004) ****
035. (03 mai) /gilmore girls, 5.5: we got us a pippi virgin!/ (daniel palladino, 2004) ****
 

036. (03 mai) /gilmore girls, 5.6: norman mailer, i'm preagnant/ (james berg & stan zimmerman, 2004) ****

037. (03 mai) the wire, 2.5: undertow (david simon & ed burns, 2003) ****

038. (04 mai) arrested development, 1.3: bringing up buster (mitchell hurwitz & richard rosenstock, 2003) ***1/2

039. (05 mai) /gilmore girls, 5.7: you jump, i jump, jack/ (daniel palladino, 2004) ***1/2

040. (05 mai) gilmore girls, 6.18: the real paul anka (daniel palladino, 2006) ***

041. (05 mai) gilmore girls, 6.21: driving miss gilmore (amy-sherman palladino & daniel palladino, 2006) ****

042. (06 mai) arrested development: 1.4: key decisions (brad copeland, 2003) ***1/2

043. (06 mai) /gilmore girls, 2.14: it should've been lorelai/ (daniel palladino, 2002) ****

044. (07 mai) curb your enthusiasm, 1.3: porno gil (robert b. weide, 2000) ****

045. (07 mai) curb your enthusiasm, 1.4: the bracelet (robert b. weide, 2000) ****

046. (07 mai) curb your enthusiasm, 1.5: the interior decorator (andy ackerman, 2000) ****1/2

048. (07 mai) /gilmore girls, 3.8: let the games begin/ (amy sherman-palladino, 2002) ****1/2 (o último bloco lembra uma resposta contemporânea aos estados unidos dos anos 50 (nicholas ray? douglas sirk?): cigarro em potencial trocado por um beijo (algo tão rebelde-sem-causa); o retrato da cidadezinha pitoresco-interiorana com o agarra-agarra no posto de gasolina (i.e. abastecimento de veículos, i.e. racha); menina escala árvore para se deparar com a janela do interlocutor pretendido e discursa sobre a irracionalidade de gestos que são insignificantes demais para serem notados; alienação entre melhores amigas: ações - na verdade, reações, processos de aceitação - idênticas e instantâneas em locais diferentes. enfim, voltar cinco décadas para forçar uma comparação é prova da criatividade ferrenha, sempre deslumbrante de GG.)

049. (08 mai) /gilmore girls, 5.9: emily says hello/ (rebecca rand kirshner, 2004) ****

050. (10 mai) extras, 1.6 (rick gervais & stephen merchant, 2005) ***1/2 ("é aids?" - rick gervais)

051. (11 mai) /gilmore girls, 6.18: the real paul anka/ (daniel palladino, 2006) ** (bobo, semi-medíocre, muito além da cota de extravagâncias preenchidas semanalmente pelas reuniões-da-cidade e kirk-ismos. lorelai agredindo e arremessando a bolsa de luke dada por anna é algo surreal de tão imaturo, nada diferente da padronização clássica da cena-de-ciúmes, com o interessante - mas bobo! - diferencial que ela usa algum artifício móvel pá-pou (braços, punhos) e enche a tela com uma energia negativa deslocada (um tapa na cara dele = um tapa na bolsa dele), i.e. ela carrega sua cruz em silêncio etc e ad infinitum aparentemente. lorelai com os pais, notando todos os pequenos e inexistentes problemas da cidade, é uma tentativa de criar algo ela-realmente-odeia-os-pais tresloucado mas é o tipo de categorização que GG tem feito nos últimos episódios que me deixa emputecido, já que o histórico das últimas 5 temporadas colocou a série num patamar imensamente superior a um mero compêndio de rusgas e chiliques intergeracionais, e a coisa está resvalando - na verdade não, já que os próximos episódios recolocaram a série no rumo da orgasmicidade costumeira - para esse ponto invariavelmente. kirk enumerando os itens de decrepitude da casa = bobo, até a encenação da cena, com pedaço do teto ruindo enquanto ele diz "o teto está ruim" é dolorosamente óbvio, o bom-senso condena deixar cenários interagindo vividamente com os diálogos se você não for blake edwards/jerry lewis. april conversando com luke sobre o garoto que ela gosta justamente na viagem em que os dois tentam estreitar os laços = conveniente (i.e. bobo). lorelai despejando café no vestido de lane = catártico, mas qualquer cena com lauren graham sorrindo, eu sorrio de volta, portanto não se deve dar muito crédito para a minha reação (e eu não quero enxergar mais do que devo na cena, com ela destruindo o vestido de noiva da mãe da lane e como isso se junta ao casamento dela e com a relação com a própria mãe). bonito, na verdade deslumbrante, é a cortesia amável de jess para rory, o encontro dos dois é magnífico e lembra o de ethan e julie em BEFORE SUNSET, mas calma, porque ele está vestido com uma camiseta com ela estampada (golpe baixo!) e ela o beija para vingar a traição do namorado e a coisa acaba em "eu nem consigo trair ele do modo como ele me traiu" e "isso é injusto". cena inicial divertida, se bem que nada mais é que a participação do paul anka-humanóide na série que batizou um cão em seu nome; o divertido é que quando lorelai narra os acontecimentos do sonho para a filha ela joga uma ação obviamente empreendida por um cachorro, daí a filha fala "o paul anka-cachorro?" daí a mãe vai "não, o humano", daí a filha já tem em mente que os episódios potencialmente realizáveis por um humano são feitos pelo cachorro e vice-versa, mas não, e a graça está na mistureba de ações que numa hora parecem críveis e na outra beiram o absurdo, com rory errando todos os agentes das ações propostas (lauren graham exibe uma expressão divertida quando rebate os erros da filha com "não, é o cachorro/humano", como quem acha tudo muito óbvio). é difícil explicar, mas escrever uma cena com essa reversão de expectativas é difícilimo e o sr. palladino faz com invejável destreza. então, depois dessa sequência (que nos lembra porque idealmente todo episódio de GG deveria exibir mãe e filha convesando o máximo possível) chegam os créditos e a partir daí são 40 minutos que parecem introduzir alguma coisa que nunca vem. não é essa a versão positiva da quebra de expectativas na minha opinião...)

052. (12 mai) gilmore girls, 6.22: partings [final de temporada] (amy-sherman & daniel palladino, 2006) ****

053. (12 mai) /gilmore girls, 5.12: come home/ (jessica queller, 2005) **** 

054. (12 mai) /gilmore girls, 5.13: wedding bell blues/ (amy-sherman palladino, 2005) ****1/2 (provavelmente o episódio com maior número de menções pop-indie-cult-altê - de cabeça: j-lo, bugsy malone, arcade fire, super furry animals, cop rock, thora birch, queer eye for the straight guy, pulp fiction - e também provavelmente o episódio em que elas são arremessadas com maior impacto, i.e. com maior naturalidade, visto que essas referências já trazem em si todos os códigos decifrados via regra da livre associação (thora birch e o "cara da cultura" de queer eye estão lá para ligarem rory aos trajes masculinos da figura do padrinho etc.) então basta que elas sejam pronunciadas de modo expresso e, principalmente, apropriado, enfim, uma referência pedindo para ser feita. e o mais estranho/fascinante é que elas estão concentradas num ep. que prima pelo contar de histórias novelesco ("moon river" na trilha etc.) com richard e emily reatando e renovando os votos do matrimônio num salão chique e a câmera girando em todos os ângulos existentes até 360o e dentro desse efeito as pequenas cenas são construídas com essas voltas incansáveis, sempre agrupando pessoas que não deveriam estar idealmente juntas com um simples toque no maquinário. se o tal tom novelesco exige um certo controle narrativo para compensar o total descontrole daquelas pessoas exaltadas e complicadas, cenas lindamente construídas (ex: o plano/contra-plano para o flerte de luke e lorelai ganha ao fundo do que exibe o primeiro a presença de christopher, surgindo fora de foco apenas para depois aparecer nitidamente) estão ali para legitimar essa estrutura circular, pura ciranda que além de incentivar contatos num ambiente fechado também impulsiona personagens saindo de sua linha característica (rory diz "girls just wanna have fun.", o que talvez configure como outra referência pop) simplesmente por trocarem informações com outras pessoas (i.e. esses contatos forçados rendem frutos; rory repete os passos da mãe quando repete "eu só quero ver como será...") e até mesmo a divisão formal e a realidade intercambiável do espaço público (o salão onde ocorre a cerimônia) e do privado (a área ao lado, ocupada com uma aula de pintura) é perfeita, com cenas passando de uma para outra e de volta para a primeira com aquela desenvoltura adorável. // christopher diz: "quem não gostaria de ser beijado por uma garota gilmore?" tão verdadeiro.)

055. (13 mai) six feet under, 5.4: time flies (craig wright, 2005) ***1/2

056. (15 mai) six feet under, 5.5: eat a peach (rick cleveland, 2005) ****

057. (15 mai) /gilmore girls, 5.14: say something/ (daniel palladino, 2005) ****1/2

058. (15 mai) 24 horas, 5.? (?, 2005) ***

059. (15 mai) 24 horas, 5.? (?, 2005) ***

060. (16 mai) /gilmore girls, 5.15: jews and chinese food/ (amy-sherman palladino, 2005) ****

061. (16 mai) curb your enthusiasm, 1.6: the wire (larry charles, 2000) ****

062. (17 mai) /gilmore girls, 5.16: so... good talk/ (lisa randolph, 2005) ****

063. (17 mai) the wire, 2.6: all prologue (david simon & ed burns, 2003) ****1/2

064. (18 mai) /gilmore girls, 5.17: pulp friction/ (james berg & stan zimmerman, 2005) ***1/2

065. (19 mai) /gilmore girls, 5.17: pulp friction/ (james berg & stan zimmerman, 2005) ***

066. (19 mai) /gilmore girls, 5.18: to live and let diorama/ (daniel palladino, 2005) ***

067. (19 mai) /gilmore girls, 1.1: piloto/ (amy-sherman palladino, 2000) ****1/2

068. (19 mai) /gilmore girls, 1.3: kill me now/ (joanne waters, 2000) ****1/2

069. (19 mai) /gilmore girls, 1.4: the deer-hunters/ (jed seidel, 2000) ****

070. (20 mai) /gilmore girls, 6.19: i get a sidekick out of you/ (amy-sherman palladino, 2006) ****

071. (22 mai) /gilmore girls, 5.19: but i'm a gilmore/ (amy-sherman palladino, 2005) ****

072. (22 mai) /gilmore girls, 5.19: but i'm a gilmore/ (amy-sherman palladino, 2005) ****

073. (23 mai) /gilmore girls, 5.20: how many kropogs to the cape cod?/ (bill prady & rebecca rand kirshner, 2005) ****

074. (24 mai) /gilmore girls, 5.21: blame booze and melville/ (daniel palladino, 2005) ***

075. (24 mai) the wire, 2.8: duck and cover (david simon & george p. pelecanos, 2003) ****

076. (25 mai) /gilmore girls, 5.22: a house is not a home/ [final de temporada] (amy-sherman palladino, 2005) ****

077. (25 mai) /gilmore girls, 6.20: super cool party people/ (david s. rosenthal, 2006) ****

078. (26 mai) /gilmore girls, 3.1: lazy-hazy-crazy days/ (amy-sherman palladino, 2002) ***** (lorelai: hand me my purse, will you? i'm hungry.)

079. (27 mai) /gilmore girls, 2.4: the road trip to harvard/ (daniel palladino, 2001) *****

080. (27 mai) /gilmore girls, 2.3: red light on the wedding night/ (daniel palladino, 2001) ****1/2

081. (27 mai) /gilmore girls, 5.8: the party's over/ (amy-sherman palladino, 2004) ****1/2

082. (28 mai) six feet under, 5.6: rainbow of her reasons (jill soloway, 2005) **** (calling all angels sendo uma cena memorável, magnoliana.)

083. (28 mai) six feet under, 5.7: the silence (bruce eric kaplan, 2005) ****1/2 (últimos 10 minutos assombrosamente gilmore girls magníficos.)

084. (29 mai) 24 horas, 5.? (?, 2005) *1/2 (aquele do melodrama, quem-tem-contrato-limitado-para-essa-temporada morre, que acaba com jack agora-isso-é-pessoal irado, e chloe falando algo como "eu acabei de perder meu melhor amigo, então eu não estou bem." e sacrifícios pela equipe, misturaram ácido no gás tóxico, isso vai corroer a vedação dos compartimentos, rápido porque 86% do material já foi corrompido, frodo ao resgate.)

085. (30 mai) /gilmore girls, 3.2 haunted leg/ (amy-sherman palladino, 2002) ****1/2

086. (31 mai) /gilmore girls, 3.3: application anxiety/ (daniel palladino, 2002) ****

087. (01 jun) /gilmore girls, 6.21: driving miss gilmore/ (amy-sherman & daniel palladino, 2006) ****

088. (02 jun) /gilmore girls, 3.6: take the deviled eggs.../ (daniel palladino, 2002) ***1/2

089. (04 jun) /gilmore girls, 3.4: one's got class the other one dyes/ (daniel palladino, 2002) ***1/2

090. (04 jun) /gilmore girls, 3.5: eight o'clock at the oasis/ (justin tanner, 2002) ***1/2

091. (04 jun) the wire, 2.9: stray rounds (david simon & ed burns, 2003) ****

092. (04 jun) six feet under, 5.8: singing for our lives (scott buck, 2005) ****1/2 (seria ***** se nate não tivesse aquela convulsão final que, de tão inesperada, acaba deixando um gosto râncido de intervenção divina punitiva ou, ainda pior, que toda a construção do relacionamento dele com rachel desembocaria não só na consumação per se mas também na negativa para uma tentativa de reavaliação do matrimônio dele; i.e. é o personagem lidando com o "após" que legitima esse tipo de escapadela, colocá-lo numa cama de hospital nos próximos eps pode ser corajoso por contrariar a presepada melô a que essas coisas são entituladas e colocar um ponto final numa coisa que obviamente está florescendo, mas mesmo assim não consigo lidar muito bem com a sucessão de acontecimentos-chave convenientemente arremessadas. felizmente, a construção narrativa desse ep.é tão devastadora que lágrimas correram 3 vezes, é imensamente recompensador ver pessoas revertendo aos velhos prazeres como se eles nunca tivessem saído de lá ou voltando a ambientes antigos e tentando estabelecer a mesma sorte de prioridades hierárquicas ali dentro. brenda sozinha no recinto quacker ganha meu prêmio de tomada me-assombra-para-sempre de 2005.)

093. (05 jun) /gilmore girls, 3.7: they shoot gilmores, don't they?/ (amy-sherman palladino, 2002) ****

094. (05 jun) 24 horas, 5.? (?, 2005) **1/2

095. (06 jun) /gilmore girls, 3.8: let the games begin/ (amy-sherman palladino & sheila r. lawrence, 2002) *****

096. (08 jun) /gilmore girls, 3.9: a deep-fried korean thanksgiving/ (daniel palladino, 2002) ***1/2

097. (08 jun) /gilmore girls, 3.10: that'll do, pig/ (sheila r.lawrence, 2003) ***1/2

098. (08 jun) /gilmore girls, 6.22: partings/ [final de temporada] (amy-sherman & daniel palladino, 2006) ****

099. (09 jun) the wire, 2.10: storm warnings (david simon & ed burns, 2003) ****

100. (11 jun) six feet under, 5.9: ecotone (nancy oliver, 2005) ****1/2

101. (12 jun) /gilmore girls, 3.11: i solemnly swear/ (john stephens, 2003) ***

102. (13 jun) /gilmore girls, 3.12: lorelai out of water/ (janet leahy, 2003) ***1/2

103. (15 jun) /gilmore girls, 6.1: new and improved lorelai/ (amy-sherman palladino, 2005) ***1/2

(16 jun - 23 jun) /gilmore girls, temporada 3, eps. 13, 14, 15, 18 e 22/ uniformemente muito bem cotados, óbvio

111. (24 jun) /gilmore girls, 6.2: fight face/ (daniel palladino, 2005) ****

112. (26 jun) 24 horas, 5.? (?, 2005/6?) **

113. (27 jun) /gilmore girls, 4.1: ballrooms and biscotti/ (amy-sherman palladino, 2003) ****1/2

114. (27 jun) six feet under, 5.11: static (craig wright, 2005) ****

115. (28 jun) /gilmore girls, 3.17: a tale of poes and fire/ (daniel palladino, 2003) ****1/2

[dizem que o hiato aumenta o suspense, parte 2]

116. (27 nov) /gilmore girls, 5.22: a house is not a home/ (amy-sherman palladino, 2005) ****

117. (27 nov) /gilmore girls, 6.1: new and improves lorelai/ (amy-sherman palladino, 2005) ***1/2

118. (28 nov) /gilmore girls, 6.2: fight face/ (daniel palladino, 2005) ****
eu sou completamente alucinado por gilmore girls e não consigo pensar na minha vida sem pipocar minhas fitas com episódios favoritos e reprises vespertinas e futuros dvds e baixar torrents dos episódios assim que exibidos nos estados unidos. sim, gagá por gegê.

119. (dez) /gilmore girls, 1.1: piloto/ (amy-sherman palladino, 2000) ****1/2

120. (dez) /gilmore girls, 1.2: the lorelais' first day at chilton/ (amy-sherman palladino, 2000) ****

121. (dez) /gilmore girls, 1.3: kill me now/ (joanne waters, 2000) *****

122. (dez) /gilmore girls, 1.4: the deer-hunters/ (jed seidel, 2000) ****

123. (dez) /gilmore girls, 1.5: cinnamon's wake/ (daniel palladino, 2000) ****1/2

124. (dez) /gilmore girls, 1.6: rory's birthday parties/ (amy-sherman palladino, 2000) *****

125. (dez) /gilmore girls, 1.7: kiss and tell/ (jenji kohan, 2000) ****1/2

126. (dez) /gilmore girls, 1.8: love & war & snow/ (joan binder weiss, 2001) ****1/2

127. (dez) /gilmore girls, 1.9: rory's dance/ (amy-sherman palladino, 2001) *****

128. (dez) /gilmore girls, 1.10: forgiveness and stuff/ (john stephens, 2001) *****

129. (dez) gilmore girls, 7.6 (david rosenthal & rebecca rand kirshner) **

130. (dez) /gilmore girls, 1.11: paris is burning/ (joan binder weiss, 2001) ****1/2

131. (dez) /gilmore girls, 1.12: double date/ (amy-sherman palladino, 2001) ****